sábado, 20 de fevereiro de 2016

O que é Zika vírus e Microcefalia ?


Por Sharton Vinicius Antunes Coelho



Matéria escrita na disciplina de extensão de integração acadêmica do Curso de Bacharelado em Ciências Biológicas: Microbiologia e Imunologia

Zika vírus :

O Zika vírus é uma arbovirose transmitida pela picada do mosquito vetor Aedes aegypti, assim como o vírus da Dengue e Chikungunya

. A doença apresenta sintomas como dores de cabeça, febre, mal-estar, artralgia, dentre outros.
 Geralmente são sintomas autolimitados de curta duração (3-7 dias) e podem ser confundidos com outras infecções como Dengue,Chikungunya e Febre de Oropouche
.
O diagnóstico laboratorial de ZIKAV baseia-se principalmente na detecção de RNA viral a partir de espécimes clínicos, pois ainda não há testes sorológicos comerciais disponíveis.

O primeiro isolamento do vírus foi reportado em abril de 1947 em amostras de soros de macacos Rhesus e posteriormente em um lot de A. africanus em 1948 por G.W.A. DICK do Instituto Nacional de Pesquisa Médica em Londres.

 O vírus recebeu o nome de Zika vírus devido ao local onde foi isolado, Floresta Zika, Uganda.  Recentemente, foi reportado um surto na Polinésia Francesa, durante o qual foi também relatado um aumento de problemas neurológicos em recém-nascidos em áreas relacionadas ao surto desse vírus.



Microcefalia:


A microcefalia caracteriza-se por uma má-formação congênita no desenvolvimento do cérebro (perímetro cefálico menor que 32 cm) decorrente de diversos fatores, tais como agentes biológicos e substâncias químicas.
Nos casos ocorridos recentemente, as gestantes cujos bebês desenvolveram a microcefalia geralmente apresentaram sintomatologia da infecção por Zika virus no primeiro trimestre de gravidez.
 Ainda que não se tenha a confirmação exata sobre a relação causal do Zika vírus com a má-formação, a associação da infecção com os casos de microcefalia surgiram a partir de evidencias epidemiológicas marcadas pelo aumento do número de casos posterior ao surto de Zika.

Em seguida, houve a detecção do vírus em amostras de tecido e sangue de uma recém-nascida no Pará portadora da má-formação congênita.

 Os resultados desses exames foram disponibilizados pelo Instituto Evandro Chagas, órgão do ministério da saúde em Belém (PA). A partir das análises realizadas na recém-nascida, que veio posteriormente a óbito, o Ministério da Saúde confirmou a relação do vírus com a microcefalia
.
Mesmo não havendo tratamento específico, devido as diversas complicações que a má-formação acarreta, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece suporte com o objetivo de auxiliar o desenvolvimento dos recém-nacidos e crianças que apresentem a má-formação congênita.
O combate ao mosquito vetor é a principal medida de prevenção contra a infecção pelo vírus. Nichos de água parada, tais como, latas, embalagens, copos plásticos, tampinhas de refrigerantes, pneus velhos, vasos de plantas, jarros de flores, garrafas, caixas d´água, tambores, latões, cisternas, sacos plásticos, dentre outros devem ser verificados.
Além disso, a utilização de repelentes, telas de proteção, mosquiteiros e roupas  compridas ajuda a previnir o contato com o mosquito transmissor e são medidas indicadas pelo Ministério da Saúde, particularmente para gestantes.
 Para os profissionais da saúde cabe a orientação às gestantes sobre as medidas individuais e coletivas de proteção e combate ao mosquito Aedes aegypti.

 O ministério da Saúde orienta também para que os profissionais de saúde se atentem para uma cuidadosa avaliação da idade gestacional e do perímetro cerebral dos bebês.

 Casos suspeitos de microcefalia devem ser notificados no registro de nascimento através do Sistema de Informação sobre Nascidos Vivos (SINASC), a fim de facilitar as medidas a serem desempenhadas pelos órgãos responsáveis.

Fontes:                   
DICK, G.w.a.; KTCHEN, S.f.; HADDOW, A.j.. Comunication: Zika Vírus: Isolation and Serological Specificity. Transactions Of The Royal Society Of Tropical Medicine And Hygiene, New York, v. 46, n. 5, p.509-520, set. 1952.
Maria S. C. Lobo et al..Serviço de Epdemiologia e Avaliação (SEAV). Seção de epidemiologia e estatística (SEE). Hospital Universitário Clementino Fraga Filho (HUCFF). Informes epidemiológicos, número 27, Unidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), Junho/2015.
Nota técnica sobre Zika vírus (ZIKV). Surto de Doença Exantemática na Bahia. Secretaria de Saúde de Minas Gerais, Subsecretaria de Vigilância e Proteção à Saúde, Superintendência de Vigilância Epidemiológica, Ambiental e Saúde do Trabalhador, Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde de Minas Gerais (CIEVS MINAS).
Situação Epidemiológica da Dengue, Chikungunya e Zika. Secretaria da Saúde do Estado da Bahia, n°1, 07 de julho de 2015.
Informativo Epidemiológico Dengue, Chikungunya e Zika vírus. Secretaria da Saúde, Governo do Estado do Rio Grande do Sul. Semana Epidemiológica 51 (06/12 a 26/12), dezembo de 2015.
OLIVEIRA, W.K..Zika virus: Informações sobre a doença e investigação de síndrome exantemática no Nordeste. Coordenação Geral de Vigilância e Resposta às Emergências de Saúde Pública. Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis. Secretaria de Vigilância em Saúde.

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